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Convivência: em busca do princípio maior

  • 13 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Sempre acreditei muito no princípio da convivência. Uso ele há muitos anos como alicerce de tudo o que quero construir. Mas não uma convivência falsa ou forçada. Tenho em mente inicialmente que todo Ser é digno de qualquer presença, todo Ser. Ser com “S” porque é um super ser mesmo, um ser maior, interior e grandioso.

Todo ser que habita esse mundo possui um Ser desse escalão. O momento base de toda relação é enxergar que dentro de qualquer pessoa existe um Ser desses. Deixe que seu Ser se relacione primeiro com o outro Ser. As brigas de primeiros encontros, como por exemplo no trânsito, acontecem porque quem se relaciona é a “persona”.

Essa persona é como se fosse uma máscara mesmo, que a maioria de nós utiliza (senão todos), cuja função primordial é, inconscientemente, esconder a verdadeira natureza de cada um, ou seja, o Ser. A questão é, a princípio, quem de nós se identifica com a máscara e quem usa a máscara. Sendo mais claro: quem acha que de fato é a máscara e quem reconhece que veste a máscara.

Ocorre que esse não é um processo simples (assim como todos os outros), mas que tentamos descrever muitas vezes com palavras e estruturar em etapas. São várias as intensidades com que nos identificamos com um ou outro detalhe da máscara, sendo que quem mais se identifica acaba por tolher por completo seu Ser, por outro lado quem menos se identifica compreende a função da máscara e a utiliza, comandada pela essência do Ser.

O ato de usar a máscara pode soar como manipulação, mas não é. Quando temos consciência da máscara justamente não deixamos que as “sujeiras” materiais encrustadas nela guiem nossa vida e nossas decisões. Quando temos consciência da máscara nós conseguimos limpá-la e, dessa forma, o Ser dita como será a máscara.

O Ser, também conhecido como SELF, apesar de “individual”, é a assinatura de um Autor em sua obra. Esse Autor é Deus. A assinatura de Deus em nós é o Ser, portanto ele é puro e virtuoso, mas precisa ser lapidado. A máscara não pode lapidar o Ser, mas as experiências materiais o expõem a diversos tipos de estímulos por meio dos quais podemos reafirmar e consolidar virtudes.

No entanto a presença em excesso da máscara impede o Ser de interagir com a matéria, inclusive quando formada por sutis emoções (o Ser é muito mais sutil que emoções), de forma que a máscara passa a ser nosso escudo contra o mundo, receber os ataques e cria uma vida com base em convicções e crenças.

Assim como no texto sobre autoconhecimento foi explicitado, quando a máscara toma conta de nossas vidas somos totalmente guiados por questões culturais, micro ou macro impostas, e perdemos a nossa Identidade. Quebrar isso não depende de, como acontece muitas vezes, seguir movimentos que aparentemente entram em embate com uma normalidade social, mas sim nos encontrar, seguir e enxergar de fato nosso próprio movimento.

A dificuldade reside nesse estranhamento que muitas vezes possuímos em enxergar algo que somos além daquilo que vivemos, mas dentro de nós existe uma chispa que nos chama para esse processo. Esse Ser, a assinatura de Deus, o SELF, são formados por uma base que conhecemos como Amor. Assim como o TAO (Ying+Yang, rudemente falando), descrever o Amor acaba limitando seu real significado, mas entende-lo como princípio mestre nesse processo todo pode ajudar.

É assim que chegamos na convivência. A convivência é um dos braços do Amor. Mas quem dera todo o processo pudesse ser facilmente exposto e estruturado... São questões muito complexas em rumo das quais conseguimos, aos poucos, fazer sucessivas aproximações. Certa vez ouvi que “a Justiça não deve ser boa, a Bondade é que deve ser Justa”. Portanto, há de se pensar que o Amor não é passivamente aceitar passar por situações desgastantes, caso alguém esteja pensando que o Amor é passivo. Distribuir Amor é um processo ativo de participação com o mundo que naturalmente vai desaguar na convivência...

Continua...

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2件のコメント


不明なメンバー
2020年8月28日

Acredito que nascemos puros. A máscara é o efeito da absorção constante de inúmeras impurezas em que estamos expostos. Cabe a nos, a partir do autoconhecimento e olhar sistemático para DENTRO, descobrir nossa verdadeira essência e apenas ser!

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不明なメンバー
2020年8月13日

Conviver com alguém é se expor a avaliação do outro. Como reciprocidade você ganha o o direito de avaliar o outro. Daí, se tenta extrair o que é o bem comum, e se elimina o mal a própria convivência.

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