A eterna busca por um bom governante
- 20 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Um tema muito atual hoje em dia são nossos políticos. Ora, poderíamos ser governados por pessoas melhores, não é verdade? Esse é um sentimento que existe não é de hoje, sendo que talvez seja impossível para qualquer historiador apontar algum lugar ou momento na história em que todos estavam felizes com seus governantes.
Nesse sentido, corriqueiramente escutamos uma culpabilização do outro, uma terceirização de nossas responsabilidades e, claro, bradamos aos quatro cantos do mundo as qualidades do aclamado “jeitinho brasileiro”. Nossa intolerância, muitas vezes travestida de “ter personalidade forte”, passeia em todas as nossas interações sociais.
Sob a “proteção” de defender bandeiras como verdade, justiça e paz, praticamos a mentira, a injustiça e a guerra. Temos a ideia de “lutar por algo” totalmente corrompida por um sistema que é muito mais interno do que externo. Lutamos às avessas daquilo que de fato desejamos e, por algum motivo talvez por hora inexplicável, queremos chegar do outro lado.
Desse mundo interno de incoerência que costuma se reproduzir para o externo, almejamos e lutamos por um mundo melhor, sem corrupção, sem cerceamento, sem guerra, sem imposições, ao passo que impomos coisas ao modo de agir do outro, traímos a confiança de pessoas próximas, tolhemos a liberdade de quem amamos...
Não é muito difícil imaginar que, um bando de lagartas, mesmo que armadas, se assumirem o poder, naturalmente o governo será também de lagartas. Existe uma necessidade de, antes de assumir o poder, se transformar em borboleta. Assim, na realidade, jamais haverá a necessidade de tomar o poder, pois o externo naturalmente vai reproduzir o interno coletivo.
Enquanto algumas pessoas esperam e rezam para serem governadas por pessoas excepcionais, esperam o momento em que chegará o grande salvador e resolverá todos os seus problemas, fico com a máxima de Jesus, que nesse momento pode resolver o problema desse texto: “Meu reino não é deste mundo”.
Sim, não poderia o reino de Jesus ser deste mundo, pois é impossível que um rei social seja um Deus, enquanto que sua população é formada por porcos. Felizmente, o rei dos porcos será também um porco. Pode ser difícil aceitar, mas temos o “rei” que merecemos e só uma coisa pode mudar isso: nós mesmos.

Fica o convite para, a partir de hoje, buscar se conectar com a moral, buscar praticar virtudes e tentar, a todo o momento, se policiar, a fim de se tornar um ser humano melhor. Só assim conseguiremos modificar o mundo externo, não existe outra saída, todo o resto faz parte da grande ilusão intelectual e cíclica criada por alguns poucos, cuja projeção de consciência é totalmente limitada a este planeta, por isso a vontade de tê-lo para si. Ocorre que ser o rei ou a rainha deste lugar, tomando por consideração o universo, equivale a menos do que ser o rei/rainha de um formigueiro, tomando por consideração a Terra.
Do contrário, caso continuemos a acreditar que virá alguém muito diferente de nós que nos governará e nos guiará para a salvação e um mundo cheio de virtudes (para o qual nunca precisaremos nos esforçar para ir), tenderemos a seguir na eterna busca por um bom governante.
(Coroa até o abacaxi tem...)
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Texto muito bom. Esperarmos um político consciente, moral e correto, quando vivemos num mundo político podre, é difícil. Estamos numa época em que os imbecis estão cheios de razão, enquanto os sábios estão cheios de dúvidas